Editora: Intrínseca
Páginas: 254
Ano: 2015
Classificação: 4/5
Uma narrativa tensa e cheia de reviravoltas. Um livro viciante, assombroso e inesquecível. Recém-saída de um hospital psiquiátrico, onde foi internada para tratar a tendência à automutilação que deixou seu corpo todo marcado, a repórter de um jornal sem prestígio em Chicago, Camille Preaker, tem um novo desafio pela frente. Frank Curry, o editor-chefe da publicação, pede que ela retorne à cidade onde nasceu para cobrir o caso de uma menina assassinada e outra misteriosamente desaparecida.
Da série “Resenhas super atrasadas”, hoje trago para vocês “Objetos Cortantes” a minha já declarada leitura preferida da autora Gillian Flynn.
Camille Parker acaba de sair de uma clínica psiquiátrica onde tentou se livrar de sua tendência à automutilação quando recebeu do editor-chefe do jornal em que trabalha a proposta de voltar à sua terra natal para investigar o caso de uma menina assassinada e um misterioso desaparecimento.
Wind Gap, a cidade para onde ela vai, não lhe trás as melhores das lembranças. Pouco falou com a mãe desde que deixou sua antiga casa. Tem uma irmã que mal conhece. E a ideia de voltar para o lugar onde nasceu não lhe parece uma boa ideia, ainda mais por ter que, de qualquer maneira, voltar a ter contato com sua família e lidar com fatos do passado que ela busca esquecer.
Objetos Cortantes foi o primeiro livro escrito por Gillian Flynn e a possibilidade de ele, dos três já lançado pela autora, ser o pior seria grande. Li o livro pouco depois de Garota Exemplar, que não conseguiu me conquistar. Esse foi pelo caminho contrário e me prendeu a atenção desde o início.
Desde as primeiras páginas já pude constatar aquilo que consagra Gillian Flynn como uma das melhores autoras do gênero. É uma trama inteligente, com personagens muito bem construídos e suas personalidades sendo muito bem descritas ao longo das páginas.
Mas por que esse é o meu favorito? Ao meu ver, foi o livro onde a autora ousou menos e ainda assim conseguiu criar uma trama relativamente complexa e bem amarrada. O estilo de escrita que viria a ser característico nos livros seguintes está ali. Gillian Flynn não economiza em situações pesadas, com um “belo” repertório de expressões não muito amigáveis, situações sexuais, sem pudores, violência, drogas e a dose de desequilíbrio mental de alguns de seus personagens.
Camille, sua primeira protagonista, é perturbada, não encontra muitas motivações na vida e um contato com uma família igualmente perturbada é aquilo que ela menos deseja naquele momento. E investigar mais à fundo o assassinato e desaparecimento só a coloca em situações ainda mais incompreensíveis, tanto para ela, como para nós, leitores, que certamente ficaremos estarrecidos com algumas situações que a personagem presencia.
A maneira com que a autora trata a personagem e sua mente só favorece a leitura, que pode incomodar, mas certamente impressiona pelo fato de nos sentirmos tão desorientados quanto Camille enquanto as páginas correm.
Os demais personagens são igualmente bem construídos. A família, por mais irreal que seja, comparada ao convencional, é muito bem retratada e explica um pouco o porque da protagonista querer a maior distância possível entre ela e os outros familiares, que, por sinal, são fundamentais não só para entender a personalidade de Camille como para a trama como um todo.
Para não deixar morrer a tradição, também tenho que dizer o que achei do final. Diferentemente do final odioso de Garota Exemplar, ou a completa indiferença com o de Lugares Escuros, o que vi em Objetos Cortantes me surpreendeu, de verdade. O final do livro é dividido em dois momentos, que surpreendem igualmente o leitor, tanto pela maneira como acontece quanto com os personagens envolvidos nas situações que levam ao desfecho da trama.
É meu livro preferido da autora, por não ser tão ousado, mas conseguir ser um pouquinho complexo e bem amarrado, com uma narrativa agradável que não se arrasta demais.
E assim encerro essa que foi um meus textos mais rápidos já escritos aqui no blog. Realmente não tenho mais o que comentar, só recomendar essa ótima leitura para vocês. Espero que tenham gostado e até a próxima.
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