Direção: Josh Trank
Adaptação: HQs do Quarteto Fantástico, Marvel
Produtora:
20th Century Fox
Roteiro:
Simon Kinberg, Jeremy Slater, Josh Trank
Duração: 107 minutos
Ano: 2015
Classificação: 16 anos
Gênero: Ação, Aventura, Fantasia
Estrelando: Miles Teller, Kate Mara, Michael B. Jordan, Toby
Kebbel
Nota: 1/5
Reed Richards (Sr. Fantástico), um estudante do ensino médio, e seu amigo Bem Grimm (O Coisa) criam um dispositivo de teletransporte para outra dimensão. São recrutados junto com Victor Von Doom (Dr. Destino), Sue e Johnny Storm (Mulher Invisível e Tocha-Humana) para um projeto do Instituto Baxter com o governo americano. Uma expedição para a outra dimensão dá errado e os adolescentes adquirem super poderes. Infelizmente, o filme parece envergonhado de si mesmo e tenta a todo custo esconder que é um filme de super-heróis. O resultado é uma tentativa de fazer um filme de super-heróis sério, dark e teen ao mesmo tempo, sem claro, mostrar qualquer ação ou super-heróis. Conclusão: um desastre de crítica e bilheteria.
Já faz alguns meses que saiu o novo filme do Quarteto Fantástico, mas após ler as primeiras reviews, não tive coragem de ver no cinema e incentivar a Fox em mais um fiasco com a primeira família de super-heróis.
E vou ser sincera, costumo ser bem aberta a adaptações. Achei
razoável a primeira adaptação em 2005 (mais por ainda não existir o padrão
Marvel para elevar a concorrência), mas não gostei da continuação (Quarteto
Fantástico e o surfista prateado). Gostei muito das adaptações de V de vingança,
Watchmen, Game of Thrones e olha, tirando o terceiro X-Men e os filmes do Wolverine,
gostei das adaptações sobre os mutantes no cinema. Portanto, não sou uma
"die-hard fan" que se irrita com cada detalhe de adaptações.
Exposto isso... Odiei apaixonadamente o novo filme do Quarteto
Fantástico. De fato, os momentos do filme que não eram tediosos, eram
desconfortáveis.
[Pode conter spoiler, mas eu leria, pois pode te evitar de ver um
filme horrível]
Um resumo do filme... Adolescentes super-dotados (Reed Richards,
Bem Grimm, Sue e Johnny Storm e Victor von Doom) criam uma máquina de
teletransporte para outra dimensão, se embebedam, vão escondidos pra outra dimensão
e ganham super-poderes, e um deles fica pra trás (Victor, futuro Dr. Destino)
na outra dimensão. Eles ficam brigados (nem se gostavam muito mesmo pra começo
de conversa), e o governo malvado tenta usar os poderes deles pra guerra. O
adolescente que ficou pra trás (Dr. Destino) fica malvado por algum motivo e
quer destruir o mundo. Os adolescentes restantes fazem as pazes pra salvar o
mundo. Em nenhum momento eles são chamados de Quarteto Fantástico, ou é falado
os termos “O Coisa”, “Sr. Fantástico”, “Mulher Invisível”, “Tocha-humana”, eles
não parecem em nada com uma família, não são astronautas, mas por algum motivo,
o filme ainda se chama Quarteto Fantástico.
[/fim de spoiler]
O triste foi ver um elenco individualmente muito bom ser tão
desperdiçado (Reed Richards – Miles Teller - indicado ao Oscar por Whiplash;
Sue Storm – Kate Mara - presente na aclamada série House of Cards, com uma
ótima interpretação). É quase doloroso ver a falta de química e integração
entre os personagens, mas acho que não havia nada que pudesse ser feito para
salvar aquele roteiro.
O que dizer de um filme que nem o próprio diretor gostou? Josh
Trank desabafou no twitter: "Um ano atrás eu tinha uma versão fantástica
disso. E ela teria recebido ótimas críticas. Você provavelmente nunca o verá.
Essa é a realidade". A FOX provavelmente se meteu bastante na direção, e
produziu um dos piores filmes de super-heróis dos últimos anos.
O filme até se esforça para contar a história por trás de cada
personagem, mas o faz de uma maneira tão genérica e sem emoção que não nos leva
a nenhuma conexão com os personagens. Fazendo uma comparação com Guardiões da
Galáxia da Marvel, o filme não precisou de nenhuma cena ou diálogo prolongado
para nos contar a história de Rocket, bastou um olhar do Starlord para as
costas do guaxinim e uma expressão do Cris Pratt para entendermos que Rocket
passou por vários experimentos desumanos, sendo possível ter uma conexão
genuína com os personagens. Pelo contrário, mesmo cenas e vários diálogos só
nos fazem pensar que os personagens de quarteto fantástico não passam de
adolescentes mimados, com nenhuma profundidade para sua rebeldia. O único que
me deu maior empatia foi Ben, mas sua história foi inutilizada por sua total
falta de interação com qualquer um dos integrantes do quarteto a não ser Reed.
Em nenhum momento você sente que o quarteto é uma família, ou seja, o filme não
capta nada da essência dos quadrinhos.
Toda a ideia de crianças superdotadas também não me agrada. Claro,
Reed Richards é uma das maiores mentes do universo Marvel, e todos do quarteto
eram astronautas. Mas todos virarem super gênios como o Reed é forçar bastante
a barra. Toda a ideia de Reed e Ben levarem um portal interdimensional para uma
féria de ciências parece bem infantil também. De fato, acho Pequenos Espiões um
conceito muito mais bem aproveitado do que um filme sombrio e sem qualquer
diversão que quer nos vender uma equipe de adolescentes rebeldes criando um
transportador interdimensional.
Tudo no filme é um clichê, e pior, um clichê mal aproveitado.
Parece que eles quiseram usar todos os elementos de um filme de super-heróis
(rebeldia, 'governo do mal', amigo virando inimigo, vilão super poderoso de
outra dimensão), sem se aprofundar realmente em nenhum deles.
E o Dr. Doom... Ah, o Dr. Doom. Um dos melhores vilões no
universo dos quadrinhos, com uma adaptação tão ruim quanto a adaptação de Deadpool no filme do Wolverine (que na verdade me recuso a aceitar como
adaptação, então vamos fingir também que esse vilão não existe). Adolescente
revoltado (motivo não explorado no filme, o que o faz parecer apenas um babaca),
ganha super poderes extremos de controle de... toda matéria? Manipulação de
energia? Explodir pessoas com a mente? (poderes mal explorados), e... fica do
mal e quer destruir a Terra? (motivação mal explorada também).
O filme tentou atrair um público jovem com os atores e um
público mais velho com o visual sombrio, mas só conseguiu afastar os dois
públicos. O humor refrescante da Marvel não está presente para aliviar as
tensões, mas o requinte “dark” e sério dos filmes da DC também não está.
Digamos, o pior de dois mundos?
O filme todo teve a ideia de dar um contexto para a origem e
personalidade do Quarteto Fantástico, possivelmente para possibilitar novas
adaptações no futuro. Mas o filme falhou tão miseravelmente que talvez nem
tenha uma sequência. Essa semana, a FOX removeu Quarteto Fantástico 2 do seu
calendário de estreias para 2017. Isso não significa que o filme foi cancelado,
mas ele não é mais uma certeza. Uma esperança para vários fãs do quarteto que
adorariam que os direitos voltassem para a Marvel Studios.
Pelo visto,
Os Incríveis ainda são o melhor Quarteto Fantástico no cinema, e felizmente
teremos uma continuação logo mais. Infelizmente, esse filme existe e talvez
exista uma continuação... Mas talvez o fracasso desse filme dê a Marvel uma
chance de recuperar os direitos de Quarteto Fantástico e, quem sabe, finalmente
fazer jus a primeira família de super-heróis.
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